A atuação dos profissionais de saúde tem ganhado papel de destaque no atual cenário mundial. A pandemia de Covid-19 segue se alastrando e vitimizando milhares de pessoas ao redor do mundo. Todo profissional de saúde, nesse momento, tem um papel importante. Cada um desenvolvendo a sua competência é responsável por prestar assistência ao paciente e à sociedade.
Em meio a tudo que vem ocorrendo, Fonoaudiólogos que integram equipes multi e interdisciplinares, em todo o país, estão na linha de frente no combate à Covid-19.
Qual é o papel do Fonoaudiólogo no combate à Covid-19?
A principal indicação de atendimento fonoaudiológico é no ambiente hospitalar, dentro da Unidade de Terapia Intensiva. O foco da atuação tem relação com a necessidade de manejo da disfagia e redução do risco de broncoaspiração. Pacientes que evoluem para o quadro mais grave da doença apresentam necessidade de intubação orotraqueal, chegando a ficar entre 10 e 14 dias entubados, respirando por meio de ventilação mecânica. Com a recuperação, e retirada do tubo orotraqueal (extubação), alguns pacientes podem evoluir para um distúrbio da deglutição.
E é nesse momento que o Fonoaudiólogo deverá ser acionado (fase de maior estabilidade do quadro clínico do paciente) para realizar a avaliação e intervenção fonoaudiológica (consulta, terapias diretas ou indiretas de cognição, motricidade orofacial, deglutição, respiração ou alterações na comunicação nos estágios de tratamento pós intubação orotraqueal). É importante atentar para o quadro respiratório do paciente com Covid-19, pois a incoordenação entre a deglutição e a respiração é fator de alto risco para broncoaspiração. É imprescindível utilizar os critérios de risco de aspiração, a fim de eleger com melhor rigor a intervenção a ser feita. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) devem ser utilizados adequadamente, com todas as medidas de precaução padrão para paramentação e desparamentação, conforme instrução dos órgãos normativos e recomendação CFFa nº19/2020. Devem ser tomados os devidos cuidados após a utilização de alimentos ou espessantes para avaliação ou programa terapêutico, sendo imediatamente descartados dentro da área restrita de isolamento; na ausculta cervical, se necessária, utilizar apenas o instrumento do paciente, com atenção à higienização e desinfecção da oliva do estetoscópio. O Fonoaudiólogo deve participar de todos os treinamentos realizados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
O estresse, o medo, a preocupação e o risco de adoecer trazem incertezas e inseguranças. Mas o senso de responsabilidade e dever nesta hora são maiores que qualquer sentimento. Nosso reconhecimento a todos os profissionais de saúde, em especial aos Fonoaudiólogos que estão no front, no combate à doença, com determinação, coragem, dedicação e compromisso com a saúde da população.