A anquiloglossia é uma anomalia oral congênita caracterizada por freio lingual muito curto, capaz de resultar em graus variáveis de diminuição da mobilidade lingual, conhecida popularmente como língua presa.
Os problemas causados pela língua presa podem ir além da dificuldade na fala, afetando funções de sucção, deglutição e mastigação e comprometer o binômio mãe/bebê. Como consequências, pode causar diminuição da produção do leite, interromper o ciclo de amamentação e gerar deficiência nutricional. O fato dos lábios permanecerem entreabertos e a língua baixa na cavidade oral favorecem a respiração oral, levando a alteração do crescimento orofacial e impactando particularmente no desenvolvimento da maxila.
A Lei nº. 13.002/2014 dispõe sobre a obrigatoriedade da realização da avaliação do frênulo lingual em todas as crianças nascidas em hospitais e maternidades do Brasil, com a finalidade de identificação precoce da anquiloglossia em neonatos e lactentes, considerando não só as variações anatômicas do frênulo lingual, como também as funções de sucção e deglutição.
É importante destacar que, segundo Resolução CFFa nº 320/2006, a Motricidade Orofacial é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo, pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos estruturais e funcionais das regiões orofacial e cervical.
Diante da necessidade de conhecimento específico, tanto anatômico/estrutural quanto funcional, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), utilizando de sua atribuição de proteger a população e garantir a qualidade de assistência por meio da regulamentação do exercício profissional, orienta que esse teste deve ser realizado por profissional capacitado da equipe de saúde que atenda o binômio mãe/bebê, a fim de garantir maior precisão nos achados e devidos encaminhamentos, conforme fluxograma elaborado para atendimento na atenção.
